sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Afaste-se, Humano. Você Não Sabe Com o Que Esta Lhe Dando."

Elfos. O povo mágico das matas. Talvez o nome não impressione tanto quanto os barbaros ou vikings, mas somos guerreiros valorosos, agíeis, inteligentes, fortes e resistentes. Mas nossa principal característica é a consciência.
Para sua raça, humano, somos apenas lendas de povos antigos, ou personagens de ficções. Mas as lendas tem bases, nós Elfos somos tão reais quanto sua tecnologia, ou máquinas de guerra. Apesar de fortes somos um povo pacífico, e resolvemos permanecer nas matas, que ainda restam, para não causar um conflito com uma raça tão inferior e medíocre quanto a de vocês e mesmo assim vocês destroem nossas casas para fazer monumentos a suas glórias bastardas! E por isso fui enviado a uma cidade, ver como é a vida de vocês, humanos.
Nem nossos piores chiqueiros são tão imundos quanto suas metrópoles, suas habilidades conseguiram poluir até a chuva, que deveria ter a função de lavar-lhes, as poucas árvores que restam estão mutiladas, assim como seus animais que vivem trancafiados em jaulas, ou vagam pelas ruas em busca de restos. Alguns de vocês, talvez a parte humana que ja evoluiu, ou pelo menos não regrediu, tentam plantar mais árvores, árvores fracas, sombras das árvores de nossa antiga casa. O solos de vocês esta lacrado com pedras negras, banhadas a óleo, por onde passam transportes sem cavalos, que trazem em si o som de mil almas sendo torturadas, e fumaça de mil árvores sendo queimadas. Enquanto caminhava vi um deles passar por cima de uma criança, no mesmo momento vários de vocês sufocaram uma das poucas inocentes da espécie, e em vez de acalma-la e ajuda-la, mais transportes vieram, agora com cor de sangue e fazendo mais barulho ainda. No final das contas, cobriram o cadáver com um lençol branco. Talvez ela tenha sorte.
Me enchi daquela fumaça toda.
Me afastei, segui o que acho que um dia foi um riacho. Agora sua água estava com de lama, e vários homens despejavam seus dejetos nele, segui o caminho contrário esperando achar um lugar limpo acima dessa blasfêmia. Achei um ponto em que o riacho nascia, havia um pouco de lixo, limpei-o, esperei água correr e a experimentei. Tinha gosto de veneno:
"Pobre riacho, o que fizeram com você?"
Em minha mente eu vi uma lavoura humana, com um processo macabro de sacrifício: a natureza era totalmente queimada, a terra era esmagada por maquinas gigantes que a mutilavam, sementes com mutações eram plantadas e irrigadas com venenos. Todo aquele veneno descia para o lençol do pequeno e doente riacho. Chorei. Ajoelhei-me ao pé do riacho e fiz uma oração a minha Mãe:
"Mãe Natureza, o que fizeram a ti? Esses bastardos, filhos de vosso ventre, que agora a queimam e a envenenam? Como eles podem infligir-te tanto sem que tu não se defendas? És tão poderosa, Minha Mãe!"
Naquele momento ela me respondeu, não com palavras, mas com gestos. Um raio cortou o céu, e ventos começaram a agitar, vinha uma grande tempestade, vinham os guerreiros de Minha Mãe defender a vida, a verdadeira Vida. Em breve a raça humana ira sofrer as conseqüências de 2000 anos de impunidade contra a Mãe Natureza. E eu espero que não sobrevivam, o tempo de pensar em mudar, o tempo do arrependimento ja passou. O tempo de agir ja passou. Agora chegou o tempo da punição.



Han Caminho-da-Flecha
Do Povo das Matas
Filho de Gaia.

2 comentários:

Gu disse...

muito bom mesmo!!

Bruno disse...

nossa cara, falando muito sério, isso ficou bom pra caralho. chegou a me inspirar a escrever um texto tão bom quanto esse, você é foda velho.