Já eram duas da tarde. Domingo costumo aproveitar o que não consigo durante a semana: a cama. A água caindo lá fora era tanta que já fazia ventos e trovões assombrosos. Ainda com o tradicional pijama masculino, a samba-canção, fui achar algo para saciar o meu jejum. Resolvi tomar só uma caixa de leite. Fui pra janela olhar uma das mais belas imagens que conseguia encontrar na cidade. O céu mesmo chovendo me despertava emoções como musicas de Beethoven não conseguem despertar. O céu me despertava liberdade.
Eu não queria mais ver o céu desse ângulo, queria ver do alto. Mais do que depressa corri até a sacada, foi difícil subir na proteção, já não era tão pequeno. Com a ajuda do vento e da água batendo em meu peito senti uma dor aguda de frio nas minhas extremidades. A dor era em vão naquele momento. Minha vontade era superior a qualquer complicação, problema ou regra. Olhei para baixo. Não me via mais apoiado em nada. Meu pé já não estava em noventa graus, não estava sentindo mais a física. Agora eu fazia parte do vento e o vento parte de mim. Os ruídos, buzinas, os pingos da chuva já não eram altos os suficientes para me fazer percebe-los. O frio cessou. Eu só sentia a liberdade. Eu só ouvia a liberdade. Comecei a subir lentamente. Agora o terceiro andar estava longe,o quinto e até o ultimo que outrora era infinito, agora pareciam não mais ser tão altos quanto uma formiga de açucareiro. Nesse momento achei a paz. A chuva não caia mais no chão, o chão se tornou a própria fábrica de água. E eu sentei na nuvem. Eu teria que encontrar agora, uma palavra superior a liberdade. Tinha que encontrar superior ainda do que alegria, felicidade. Chamei o que eu estava sentindo de amar.
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2 comentários:
nooossa paguei um pau õ/ ++
maizá :D muito muito boom õ/
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